
Depois de beber um suco e comprar um biscoito, passamos numa banca de jornal e comprei um livro infantil á escolha da minha pequena, prestes a completar 3 anos. Sua escolha foi um livro ilustrado das "princesas da Disney", com histórias e atividades, bem infantil mesmo.
Ao voltar para a sala de espera, que estava lotada sem nunhum lugar para nos sentarmos, e sem nenhum cavalheiro que nos cedesse um lugar, eu resolvi ir para um canto, no fundo da sala, onde havia um espaço ótimo para nos sentarmos ao chão. E, ali, sentada ao chão com minha criança, comecei a contar-lhe as histórias do livro que escolhera, o que a fez mudar de humor IMEDIATAMENTE. Tomei esta atitude porque acredito no poder transformador das histórias. Segundo Clarissa Pinkola Estés, analista junguiana e contadora de histórias:
"As histórias são bálsamos medicinais. Achei as histórias interessantes desde que ouvi a minha primeira. Elas tem uma força! Não exigem que se faça nada, que se seja nada, que se aja de nenhum modo - basta que prestemos atenção. A cura para qualquer dano ou para resgatar algum impulso psíquico perdido está nas histórias." (In: Mulheres que correm com lobos: mitos e arquétipos da mulher selvagem, Rio de Janeiro: ROCCO, 1994, p. 30)
Tenho convicção que para a alergia respiratória de minha filha algum remédio por via oral, nasal, anal, resolveria, mas para o seu trauma de médico não há fórmula mais eficaz que uma boa história. Não quero com isso defender o livro, como sendo de qualidade, a história como interessante, ou a autoria confiável. NÃO! Nada disso! Minha defesa é em prol de darmos mais impotância ao que realmente é importante pra vida e/ou formação do ser humano como um todo.

Só para finalizar, Júlia Morena deixou-se examinar por completo. No início, ficou desconfiada e chegou a esboçar um choro, mas logo se sentiu segura o bastante para sair dali amiga do Dr. Oswaldo e tão saltitante, que nem parecia a mesma que saíra de casa prostrada.
Mães, pais, professores, médicos, patrões, empregados, dediquemos um pouco de nossa vida a contar e ouvir histórias. Elas são mais poderosas do que se possa imaginar. E, quanto ás bactérias? Há males maiores e mais destrutíveis.

Por: Joana Maria da Silva
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