terça-feira, 26 de junho de 2012


Uma boa dica a seguir para a vida toda:


Uma dose de prosa poética...


A Moça Tecelã

Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor de luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos de algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.Assim, jogando a lançadeira de um lado para o outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila.Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou como seria bom ter um marido ao seu lado.Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à porta.Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando na sua vida.Aquela noite, deitada contra o ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque, descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.- Uma casa melhor é necessária, -- disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. – Para que ter casa, se podemos ter palácio? – perguntou. Sem querer resposta, imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.- É para que ninguém saiba do tapete, -- disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: -- Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou como seria bom estar sozinha de novo.Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e, jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer o seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.A noite acabava quando o marido, estranhando a cama dura, acordou e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.

[de Marina Colassanti.
Ilustração: bordado das irmãs Dumont]

sexta-feira, 22 de junho de 2012

         Simplesmente Sensacional esta imagem... tive que postar aqui assim q a vi...



(http://a5.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/246528_258238547614812_1365748803_n.jpg)

"Ensinar a ler: tão fundamental quanto ensinar a acertar o "buraquinho" da privada..."

By Joana Silva

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Luiz Gonzaga

        Viajei longe no tempo, recordando minhas origens... infância regada à farinha e rapadura e com um vocabulário todo próprio, isso sem falar nas histórias de serestas e toda musicalidade sempre presente em minha vida... ♫

Não vendo e não troco

Luiz Gonzaga
Olha que pedaço
É pra sonhar!
Que coisa mais bonita,
Que belo animal
Você está querendo se
Engraçar
Não é pra vender,
Nem é pra trocar
Olha que molejo que ela tem
Beleza sem igual
Que graça tem também
Ela é formosa,
Sei muito bem,
Por isso que ela é minha,
Não divido com ninguém
É meu xodó,
É meus amô
Ela me acompanha
Pelos canto adonde eu vou
É companhia de qualidade
É de confiança e tranquilidade
Tenha mais vergonha
Tenha mais respeito
Ela não se engraça
Com qualquer sujeito
Mas com esse molejo,
Com esse tempero
Você não compra nunca
Guarde seu dinheiro
Mas é que ela é cobiçada
Em todo esse sertão
Essa véia é minha
E eu não troco não
Essa véia é minha vida,
Vendo não senhor!
Essa égua eu não vendo,Não troco, nem dô

Eita tempinho "bão sô!!"


domingo, 10 de junho de 2012

Desfile Cívico em Manilha - 2012

         


            A E. M. Mariana da Glória abrilhantou o desfile cívico em Manilha no dia 20/05, que teve por tema - “Itaboraí: Valorizando sua história, investindo no presente e construindo o futuro”.
            O tema abordado este ano levou-nos a despertar em nossos alunos o interesse no investimento na Itaboraí do presente para que seu futuro seja tão, ou mais, glorioso que seu passado. Levando em consideração suas personalidades históricas, das quais destaco JOAQUIM MANOEL DE MACEDO, grande romancista da literatura brasileira, autor de “A Moreninha”.


            A Sala de Leitura da escola levou para as ruas de Manilha, alguns autores e obras trabalhadas nas últimas Feiras do Livro da cidade, a saber: Monteiro Lobato, representado por sua personagem de maior destaque – Emília -, Lygia Bojunga, representada pela “Bolsa Amarela”, Jorge Amado, com o “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”, Ruth Rocha com “O menino que quase morreu afogado no lixo”, Luiz Gonzaga – O Rei do Baião, além de Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve e os Sete Anões, Cinderela, Fadas e princesas, representando o imaginário infantil trabalhado nos contos de Hans Christian Handersen, Pierrot, Grimm, dentre tantos outros.



Nossos livros representados


Luiz Gonzaga - O Rei do Baião

Futuro Brilhante... 


Educação de Jovens e Adultos pela 1ª vez na escola
O mundo encantado das crianças: Princesas e fadas...






O nosso Meio Ambiente também deve ser preservado 
Educação Digital - Uma Conquista

Nossa Equipe


Caio, nosso ex-aluno já se apresentando pela banda da outra escola.



Profª Mariluce, orgulhosa de seus alunos

Devemos cuidar de nosso planeta